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5 mitos do Marketing Jurídico

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2 de outubro de 2019

À medida em que a concorrência na advocacia cresce e novos canais de comunicação se proliferam, muitos advogados e escritórios buscam se diferenciar e aumentar sua exposição. E é neste sentido que o marketing jurídico, e o marketing digital jurídico, ganham cada vez mais espaço no mercado.

Contudo, a progressão do marketing jurídico no Brasil ainda é bastante cercada de algumas fantasias e equívocos, que fazem com que sua prática ainda seja pouco efetiva. A seguir, compartilho 5 mitos sobre o marketing jurídico que observo no meu dia a dia:

1 – O marketing jurídico é proibido

Existe uma crença antiga na advocacia de que o marketing é vetado ao profissional de Direito.

O Código de Ética da OAB, por meio do Provimento Nº 94/2000, dispõe normas claras sobre a publicidade na advocacia.

Desta forma, a OAB não só permite a publicidade dos serviços advocatícios, como também regulamenta a forma como a publicidade deve ser realizada.

Por isso, a essência da publicidade no Direito é o compartilhamento do saber jurídico para o público de interesse do advogado e sua banca.

Em termos práticos é permitido ao advogado:

  • Divulgar o nome da sua sociedade de advogados, com nome do profissional, número de registro na Ordem, endereço, telefone e horário de atendimento;
  • Uso de logotipos, compatíveis com a sobriedade da advocacia;
  • Criação e divulgação de sites;
  • Publicação de conteúdos informativos;
  • Divulgação de credenciais pessoais, como titulações, idiomas falados, qualificações obtidas entre outros.

Note que é possível fazer muito trabalho na divulgação dos serviços jurídicos. A ideia de proibição vem muito mais do desconhecimento do que as restrições impostas pela OAB. Para saber mais sobre como montar um plano de marketing jurídico, leia este artigo.

2 – Não é ético fazer marketing na advocacia

O pensamento de que o marketing jurídico não é ético é uma derivação da crença de que o advogado não pode praticar marketing.

Já foi exposto que a OAB não proíbe o advogado de fazer marketing. Ela estabelece regras claras sobre publicidade e define suas restrições. Com isso, qualquer profissional que seguir o seu Código de Ética não irá praticar algo incorreto.

A grande questão é que a advocacia, durante muitas décadas, foi cercada por uma áurea elevada, em que o advogado era detentor do grande saber jurídico e que apenas este conhecimento era suficiente para atrair seus clientes.

Certamente o advogado ainda é detentor de grande expertise jurídica e isso deve distinguir sua atuação, porém, o que mudou é que não basta apenas ser um grande conhecedor para garantir sucesso na prática jurídica.

Cabe ao advogado e seu escritório utilizar de recursos de comunicação e marketing, assim como o marketing digital jurídico, para expor este conhecimento, gerar uma marca jurídica forte, consolidar a sua marca pessoal e por consequência da sua banca. Sendo assim, essa discussão de que o marketing jurídico não é ético foge da real questão: o advogado precisa de novas ferramentas para divulgar seus serviços. Seguir as regulações do Código de Ética da OAB garante uma exposição sem infrações.

3 – Marketing jurídico é apenas para grandes escritórios 

Algo que observo bastante no meu cotidiano ao trabalhar com escritórios de advocacia é que muitos profissionais acreditam que o marketing jurídico só está disponível para grandes escritórios, pois custa muito caro.

Certamente quando falamos em investimentos em marketing, devemos considerar um orçamento para sua implementação. Com a sofisticação do marketing, sobretudo com o marketing jurídico digital, existem dezenas de opções e caminhos estratégicos, que muitas vezes, podem apresentar um custo elevado caso você decida fazer tudo que está disponível.

Aqui o segredo é pensamento estratégico e foco. Antes de você iniciar qualquer investimento em marketing no seu escritório, é preciso que você tenha clareza sobre qual é o seu objetivo de negócio com este investimento.

Quando você sabe o que você espera deste investimento, qualquer discussão de caro ou barato fica relativa, pois se você deseja um grande retorno e esta ação de marketing garante isso, talvez um aporte elevado pode não ser caro.

Ainda assim, é preciso ter em mente que hoje é possível você fazer a grande ação de marketing para o seu escritório, que é produzir conteúdo especializado, o qual basicamente depende apenas você. Com isso, o marketing jurídico está acessível a todos.

A minha dica aqui é: investir com qualidade em elementos básicos de comunicação, tais como:

  • Site;
  • Papelaria;
  • Redes sociais;
  • Produção de conteúdo,

Todos estes quatro elementos estão disponíveis, a preços razoáveis, para qualquer escritório. Ações mais complexas como criação de materiais ricos como whitepapers ou e-books, newsletters, vídeos ou podcasts, podem ficar para um segundo momento.

4 – Investir em marketing traz resultados rápidos

Vejo muitos escritórios apresentarem metas audaciosas de crescimento e um plano de marketing para suportar esta expansão. Até aí, tudo bem. O problema ocorre quando entra a variável tempo: em alguns casos existe uma expectativa irreal do tempo necessário para se obter resultados com o marketing jurídico.

Em marketing, qualquer ação leva um prazo para maturar e trazer os resultados esperados. Normalmente quando uma empresa busca reduzir o período de retorno, ela precisa investir mais recursos. Ainda assim, isso não é garantia de sucesso. Com isso, é preciso trabalhar com coerência e expectativas reais.

No caso do marketing jurídico, essa lógica não só prevalece, como ela é mais forte. Isso porque no marketing jurídico não é permito utilizar várias ferramentas e táticas de marketing, como anúncios, seja na TV, impressos ou internet, ou ainda ações mais agressivas como patrocínios.

Uma vez que o marketing jurídico é calcado em elementos de comunicação institucional e produção de conteúdo, é preciso saber que estas práticas levam um tempo maior para gerar retorno efetivo. Construção de reputação leva tempo!

Questionar propostas milagrosas faz parte do papel de quem vai contratar estes serviços, pois certamente existem muitas empresas que tentam ignorar estes preceitos, seja por desconhecimento do mercado jurídico, seja por ofertas pouco honestas de trabalho.

5 – O marketing jurídico hoje é apenas digital

Para empresas de qualquer segmento, o marketing mudou muito nas últimas duas décadas com a vinda da internet, com a proliferação das redes sociais e com o uso intensivo dos smartphones. Dessa forma, fazer marketing hoje é cada vez mais digital e no Direito não é diferente. O marketing jurídico digital é uma realidade.

Estou seguro que qualquer advogado, seja na dimensão pessoal ou institucional, deve considerar investir grande parte do seu tempo e recursos em ações digitais, tais como criação de conteúdo no LinkedIn pessoal, produção de vídeos e podcasts ou ainda escrever semanalmente no site do escritório.

No entanto, vivemos na Era da Saturação da Informação. Hoje é produzido muito mais conteúdo do que é possível consumir. Segundo uma pesquisa do Sirius Decisions, cerca de 60% do conteúdo produzido pelas empresas não é consumido por ninguém. Ou seja, o seu esforço de marketing pode ser em vão se você não possuir uma boa estratégia de distribuição.

Grande parte do conteúdo que é produzido pelas empresas, inclusive os escritórios de advocacia, é distribuído nos canais digitais, como site e redes sociais. Essa estratégia não está errada.

Entretanto, existem falhas em sua execução. E há ainda uma outra questão que quase nunca é abordada por especialistas de marketing nestes tempos digitais: o offline não morreu!

Possuir uma estratégia de marketing digital robusta é mandatório para qualquer escritório. Porém, integrar essas ações digitais com outras offlines é o estado da arte em marketing.

Dessa forma, podemos citar realização de eventos presenciais, que promovem relacionamentos concretos ou ainda impressos com conteúdos que não irão chegar na concorrida caixa de entrada de e-mail do seu cliente.

Imagine um livro, uma newsletter ou infográfico bem produzidos graficamente e impressos em um papel de alta qualidade?

O que você achou destes 5 mitos do marketing jurídico? Qual outra situação que você acredita que seja tabu no marketing dos escritórios? Comente!

 

 

 

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