Lançado em 2020 pelo francês Alexis Barreyat, a rede social BeReal, que promete promover um espaço de compartilhamento da vida real, sem filtros e sem planejamentos, viu seu número de adeptos crescer 315% em 2022.

Na prática, os usuários da rede recebem uma notificação diária, em qualquer hora do dia, para tirar uma foto do que estão fazendo. Eles têm até 2 minutos para tirar a foto (que registrará a câmera frontal e a traseira simultaneamente) e adicionar localização e legenda. Apenas se publicar a foto, o usuário poderá ver as atualizações da sua comunidade.

Com todas essas regras e limitações, o objetivo é impedir manipulações do que é publicado. Em sua apresentação, a rede social faz questão de pontuar: “se quiser se tornar um influenciador, pode ficar no TikTok e no Instagram”.

Em razão disso, é natural supor que o sucesso exponencial da nova rede tem uma ligação direta com a crise de confiança que os influenciadores de outras redes sociais vêm enfrentando.

Apesar de ainda realizar boa parte das compras após a indicação de influenciadores, os brasileiros têm se mostrado descontentes com a “glamourização” da vida que esses profissionais fazem. Mais do que isso, muitas questões são levantadas quando estes promovem produtos controversos ou divulgam falas polêmicas.

Apesar disso, Ana Paula Passarelli, cofundadora da agência de influenciadores Brunch, acredita que não há uma crise de confiança, mas sim uma crise de responsabilidade. “Ser de verdade e não ser de verdade está na responsabilidade de cada um e não na plataforma que vai existir para fazer isso”, afirma Passarelli.

Portanto, em sua visão, a BeReal não pode ser totalmente anti-influenciadores, já que ainda é possível realizar propagandas e manipular de alguma forma dentro de sua plataforma. E esse desejo dos usuários de ver mais realidade vinda dos influenciadores só vai depender desses profissionais e das marcas que os contratam.