Focando no S do ESG (sigla para Environmental, social and Governance) e buscando oferecer uma forma de conhecer o real interesse de uma companhia em ser inclusiva, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural passou 10 anos estudando pesquisas e legislações internacionais para criar a Escala Cidadã Olga Kos, que usa cinco variáveis, 20 indicadores e 37 requisitos para determinar em que nível de inclusão (de 1 a 4) uma empresa se encontra.
Segundo Wolf Kos, presidente do Instituto, “empregar uma pessoa com deficiência não é inclusão, é marketing de causa. O que queremos com esse selo é que as empresas queiram adotar o caminho do conhecimento porque só assim as empresas mudam de atitude”.
Para isso, a corporação precisa passar por uma extensa análise que, entre outras coisas, vai avaliar a inclusão:
- Arquitetônica – se existe rampa para acesso de cadeira de rodas ou piso tátil para deficientes visuais, por exemplo;
- Comunicacional – se a comunicação é acessível aos públicos interno e externo, incluindo a tradução na linguagem de sinais;
- Metodológica – se os processos de seleção são inclusivos e se os programas de capacitação estão aptos para eliminar possíveis barreiras;
- Programática – se as práticas estão dentro do que é anunciado como missão, visão e valores;
- Atitudinal – se o clima organizacional é produtivo e receptivo.
O Instituto ressalta que a empresa só será certificada se atingir o mínimo de 75% dos critérios estabelecidos. Ainda assim, as certificadas serão organizadas em quatro níveis:
Nível 1: a preocupação com a inclusão existe, mas não se converte em ações ou programas reais;
Nível 2: existem valores e objetivos inclusivos e a companhia está em fase de implementação de ações;
Nível 3: há políticas e ações que são executadas por grande parte dos colaboradores, inclusive lideranças;
Nível 4: ações e políticas consolidadas e monitoradas constantemente para manter um ciclo de melhoria contínua.
A Escala Cidadã Olga Kos foi homologada pelo Instituto Nacional de Metodologia Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
O coordenador-geral de Acreditação do Inmetro, Aldoney Costa, afirma que cada vez mais empresas estão em busca de certificações que possam agregar valor à marca, e que o selo desenvolvido “preenche uma lacuna no tripé do ESG. Porque já existem várias certificações nas áreas ambientais e de governança, mas faltava parâmetros para avaliar o social”.