O ADP Research Institute, braço de pesquisa da empresa global em gestão de capital humano ADP, publicou o estudo People at Work 2022: A Global Workforce Views, que ouviu quase 33 mil trabalhadores de 17 países diferentes.
A pesquisa identificou que, depois de um crescimento econômico mundial em 2021 e o grande aumento no custo de vida de 2022, 2023 é um ano em que os trabalhadores se sentem inseguros em suas funções e as empresas estão enfrentando problemas com a produtividade.
A partir disso, Nella Ricahrdson, economista-chefe da ADP e codiretora do ADP Research Institute, identificou cinco desafios econômicos globais que ditarão as tendências para o mercado de trabalho.
Confira:
Grande desaceleração
Depois de um crescimento econômico global de 6% em 2021 – estimulado pelo aumento em gastos públicos por conta da pandemia de coronavírus – os riscos geopolíticos, a inflação descontroladamente alta e a queda na produtividade dos trabalhadores devem fazer com que o crescimento econômico dos países seja ainda menor do que o visto em 2022.
Persistência da inflação
Enquanto os empregadores precisam lidar com uma escassez de mão de obra qualificada, os empregados devem tentar equilibrar o aumento no custo de vida e o salário que não acompanha a inflação. Com isso, a rotatividade deve aumentar, com os trabalhadores focados em buscar salários mais altos.
Aumento nos salários
Para frear a rotatividade, as empresas precisaram criar políticas sólidas de aumento de salário que acompanhe o crescimento do custo de vida. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o salário real (que mede o poder de compra de bens e serviços) caiu quase 1% no primeiro semestre de 2022, primeira queda neste século.
Encolhimento da força de trabalho
Desde 1990, a taxa de participação na força de trabalho global está caindo constantemente, alcançando menos de 60% na última análise do Banco Mundial. Além disso, apesar de os países asiáticos responderem por mais de 57% da força de trabalho global, é a América do Norte que detém 26% do PIB global – mesmo contribuindo apenas com 5% da força de trabalho.
No passado, a migração dos trabalhadores ajudava a equilibrar essas questões, o que não será mais verdade na economia digital.
Aceleração da Economia Digital
Hoje, mais da metade da população mundial está na internet. Com a pandemia, houve um aumento de 5% no seu uso e trabalhadores e empregadores descobriram que não é necessário morar e trabalhar no mesmo país.
Com isso, a economia digital deve ser a grande responsável por moldar os novos paradigmas de trabalho para a metade do século XXI.