Segundo dados da Law Society, entre 2011 e 2021, o número de mulheres advogadas na Inglaterra e no País de Gales cresceu três vezes mais do que o de homens, representando mais de 60% dos profissionais. Apesar desse avanço, uma análise do Financial Times revelou que apenas cerca de um terço do quadro societário em escritórios de advocacia é composto por mulheres.

Embora haja pressão global para promover mais mulheres a cargos de liderança, com muitos escritórios já realizando rodadas de promoção em busca do equilíbrio de gênero nos quadros societários, advogadas e sócias destacaram que os desafios mais significativos estão no cerne da construção da carreira no Direito.

Um dos pontos mais críticos, por exemplo, é o modelo de remuneração, que, ao dividir lucros por hora, prejudica aqueles que se afastam, como durante a licença maternidade, ou optam por horários fixos para equilibrar trabalho e vida pessoal.

Georgia Dawson, sócia sênior da Freshfields, ressalta que “historicamente, o setor de serviços profissionais não foi construído para acomodar os horários de trabalho flexíveis e a vida familiar”, destacando a necessidade de uma mudança de atitude para acolher efetivamente a atuação das mulheres no mercado de trabalho, bem como a participação ativa dos homens na vida familiar.

Além disso, um estudo sobre as firmas de advocacia nos EUA, conduzido pelo professor de Direito da Universidade da Califórnia, Afra Afsharipour, encontrou “preconceitos (explícitos e implícitos) sobre as mulheres e percepções sobre os atributos necessários para práticas bem-sucedidas de fusões e aquisições, promoção, crédito e disparidades salariais, que frequentemente resultam em desgaste para as advogadas mulheres”.

Acesse o nosso artigo Liderança feminina na advocacia: um panorama dos escritórios brasileiros para saber como esse quadro se reflete em território nacional.

Confira a matéria completa do Financial Times ou acesse a versão traduzida publicada pelo Valor Econômico.