O presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), Daniel Marques, promoveu um experimento para demonstrar como tecnologias como o ChatGPT podem afetar o mundo jurídico.
Para isso, Marques enviou à ferramenta as perguntas de múltipla escolha da prova de primeira fase aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em 2022. No primeiro teste, em janeiro, a máquina fez 36 pontos. Já no segundo teste, o sistema marcou 48 pontos, sendo “aprovado” para a segunda fase, já que a nota de corte é de 40 pontos.
Como Marques solicitou que a máquina justificasse as suas escolhas, ele acredita que ela também seria aprovada na segunda fase do exame, na qual os candidatos devem responder quatro questões discursivas.
Com esse experimento, ficou concluído que, com a interação humana que ativa o aprendizado da máquina, a ferramenta poderá redigir peças, formular contratos e realizar pesquisas de casos em breve.
Em outros lugares no mundo, na verdade, isso já acontece: enquanto um juiz colombiano usou o ChatGPT para redigir uma sentença, uma firma britânica anunciou que usará a tecnologia para redigir contratos.
Mesmo assim, Marques não acredita que a tecnologia substituirá o fator humano. Em sua opinião, os advogados deverão deixar tarefas repetitivas para máquina e terão mais tempo para considerar e resolver questões mais “filosóficas”. “Ao final, quem assina uma decisão ou uma petição é o profissional e não a máquina. A responsabilidade ainda é humana”, afirma.