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Como será o mercado de trabalho em 2050?

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23 de maio de 2023

O Projeto Millennium é uma iniciativa global que elaborou diversos estudos sobre o futuro do trabalho e da tecnologia, com o propósito de construir um futuro melhor ao aprimorar as perspectivas da humanidade.

Representantes do Brasil nesse projeto, pesquisadores do Laboratório do Futuro do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), divulgaram gratuitamente o relatório Trabalho/Tecnologia 2050, no qual projetam três cenários para o futuro, considerando a evolução tecnológica e suas possíveis consequências.

Enquanto o primeiro cenário – batizado de “É Complicado – Uma Mistura” -, mostra uma continuação do que vivemos hoje, o segundo cenário – “Agitação Político-Econômica” – apresenta uma projeção bem pessimista e o terceiro – “Se os Humanos Fossem Livres – A Economia da Autorrealização” – é tão otimista que é quase utópico.

Confira:

É Complicado – Uma Mistura

Nessa projeção, 2050 será muito parecido com 2023, no que tange ao mercado de trabalho e à tecnologia.

Os governos continuam com dificuldade de lidar com novas tecnologias e não conseguem criar estratégias de longo prazo. Como os agentes públicos estarão “perdidos”, grandes empresas vão ficar cada vez maiores e mais poderosas, chegando a superar a autoridade de muitos países.

Apesar disso, haverá empregos para boa parte das pessoas, especialmente as que se adaptarem mais rápido.

Como aponta o pesquisador e coordenador da pesquisa do Laboratório do Futuro da Coppe/UFRJ, Yuri Lima, esse cenário já está acontecendo. Em 2050, ele apenas se tornaria mais comum.

Agitação Político-Econômica

No segundo cenário, a dificuldade de prever o real impacto de novas tecnologias e de criar políticas públicas levando em conta a visão da ciência, criará um cenário em que dois bilhões das seis bilhões de pessoas atuantes no mercado de trabalho hoje estarão desempregadas.

Isso porque a automação deve se desenvolver de forma tão descontrolada que substituirá rapidamente diversos empregos, que não serão repostos em tempo hábil porque as crianças de hoje (adultos em 2050) não estão sendo preparadas para lidar com tamanha tecnologia.

Se os Humanos Fossem Livres – A Economia da Autorrealização

O terceiro cenário imagina que essa nova revolução deve acontecer como foi com a Revolução Industrial: alguns empregos serão destruídos tão rápido quanto outros serão criados.

Lima imagina que a economia do cuidado (trabalhadores da saúde e cuidadores de crianças/idosos) deve ser um dos principais exemplos. Os setores de artes e tecnologias também devem abrir espaço para receber novos profissionais.

Para isso, contudo, o pesquisador aponta que os governos devem se antecipar à Inteligência Artificial Geral, ou seja, aos dispositivos que serão capazes de resolver qualquer coisa necessária, em termos de inteligência.

Além dos três cenários para 2050, o relatório apresenta 100 iniciativas que governos, empresas e sociedade podem tomar para tentar evitar o cenário dois e, talvez, alcançar os cenários três.

Dentre as iniciativas, está a criação de uma agência de prospecção e avaliação tecnológica que ajude os Poderes Legislativo e Executivo na criação de políticas públicas e a criação de uma disciplina de Futuro nos mesmos moldes da disciplina de História nas escolas. “É importante começar a aprender, também, a refletir sobre o futuro, desde criança, na escola”, conclui Yuri Lima.

Acesse a tradução do relatório Trabalho/Tecnologia 2050, disponibilizada gratuitamente pelo nodo brasileiro do Projeto Millenium, aqui.

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