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O valor dos dados para os escritórios de advocacia

Por

7 de junho de 2022

Sergio Sabino | Diretor de Marketing, Comunicação e Business Development do Machado Meyer 


As opiniões expressas nos artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Agência Javali. 


Você provavelmente já ouviu dizer que os dados são o novo petróleo. Esta máxima, já um pouco desgastada, busca dimensionar a importância e o valor que tem a boa gestão, organização e utilização dos dados dentro das empresas, independentemente do tamanho.

A chamada cultura data-driven tem como objetivo transformar o processo de tomada de decisão organizacional através de um maior embasamento em dados, proporcionando assim uma maior produtividade e maximização dos resultados.

O valor que tem os dados para as organizações está cada vez mais evidente. Prova disso é a recente pesquisa realizada pela Forrester Analytics Global, que mostra que 82% das empresas pesquisadas confirmam ter crescimentos anuais consistentes e consecutivos em virtude da cultura de dados. Além disso, de acordo com o material, 63% de todo o universo de líderes pesquisados afirma reconhecer no Analytics uma ferramenta importante de impulsionamento estratégico.

Por isso, temas associados à atenção, o cuidado e o correto tratamento dos dados têm sido, cada vez mais, discutidos no segmento jurídico. Indiscutivelmente, o volume de dados gerados em um escritório de advocacia é muito grande e nos faz pensar que estamos, literalmente, com um tesouro dentro de casa que, uma vez bem aproveitado, fará com que todos os indicadores corporativos (não importa a área) cresçam substancialmente.

Apesar de parecer óbvio, implantar um processo funcional, ferramentas e, especialmente, a cultura de dados, não é uma tarefa simples, pois acima de tudo, exige grande mobilização, em especial das lideranças, que muitas vezes acreditam que intuição e vivência são suficientes para a tomada de decisão mais adequada.  Apesar de aspectos importantes, não podem ser estes apenas levados em      conta, pois acabam por disfarçar inúmeras ineficiências organizacionais, que somente os dados podem ajudar a reduzir.

Desta forma, diria que são três os maiores desafios para a implantação de uma estrutura de dados que traga os resultados esperados: Visão estratégica, Infraestrutura e Respaldo da Liderança.

Quando falamos em visão estratégica aplicada à cultura de dados, gosto de tratá-la como o ponto de partida. Para qualquer empresa criar vantagem competitiva, ela precisa se conhecer, conhecer o seu ambiente de negócios e seus concorrentes, indispensavelmente.  A célebre frase do filósofo romano Sêneca que diz que “Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável” ilustra bem este primeiro ponto.

Após uma estratégia definida, após conhecer o destino e saber o que quero e preciso mudar, é hora de pavimentar o caminho desta jornada. Aqui entra um tema subestimado ainda pelas organizações, pois exige investimento e leva tempo para oferecer resultados mais concretos: a organização da infraestrutura. Como não conseguimos melhorar ou mudar o que não conhecemos, ter uma clara visão do seu negócio e onde se quer chegar é fundamental para colocar em prática um processo de estruturação de uma área de Analytics.

Construir uma área de Analytics, BI, Big Data (não importa o nome que você atribui), passa por uma profunda análise organizacional que envolve diversas áreas, especialmente Tecnologia, Recursos Humanos, Marketing, Business Development e Financeiro. Importante lembrar que estruturar uma área deste tipo não é nada diferente de qualquer outra área e precisa levar em conta os 3 aspectos básicos para tal: Ferramentas, Pessoas e Processos.

O ponto de partida é mapear os processos de inserção e armazenamento dos dados e, com isso, tentar garantir um correto fluxo para um repositório onde se possa integrá-los, classificá-los e categorizá-los, facilitando      assim, consultas e utilização. Este ponto talvez seja o grande desafio do mundo jurídico: transformar dados não estruturados em informação interpretável em larga escala, sem perda da qualidade de análise.  Apesar da dificuldade, é possível, mas exige resiliência e comprometimento das lideranças.

Por isso, não basta a estratégia desenhada, a estrutura montada – ferramentas, pessoas e processos. O respaldo e apoio das lideranças ao levar em conta a produção de informação como a principal ferramenta de orientação para a tomada de decisão é fundamental para o sucesso, não apenas da iniciativa, mas da própria organização no longo prazo. Seja um escritório de advocacia, uma agência espacial ou uma padaria.

Informação é um bem muito precioso que, se bem aproveitada, pode mudar a realidade do seu negócio. Não deixe esta ideia no papel, não deixe o curto prazo sempre adiar esta importante iniciativa para seu crescimento.

Sergio Sabino | Diretor de Marketing, Comunicação e Business Development do Machado Meyer 

Com mais de 23 anos de experiência em marketing, comunicação, inteligência de mercado, planejamento estratégico e gestão geral no segmento de serviços B2B e mercado financeiro, Sergio tem uma trajetória executiva construída em multinacionais como Citibank, BlackRock, Michael Page, Radancy e Mercer.

Atualmente na função de diretor de Marketing, Comunicação e Business Development do Machado Meyer, tem como principais desafios conduzir projetos multidisciplinares e integrados com as diversas práticas do escritório. Sergio é graduado em Marketing pelo Mackenzie, possui MBA em Gestão Empresarial pela BSP – Business School São Paulo e Especialização em CRM pela ESPM.

 

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