A edtech Escola do Caos promoveu uma pesquisa com 1.200 profissionais de todas as áreas, idades, níveis e regiões do Brasil, para entender quais soft skills aparecem com mais e menos força nos brasileiros.
Como ponto de partida, observando pesquisas e referências internacionais, o estudo elencou 10 competências que são consideradas mais fundamentais pelas empresas: antifragilidade (capacidade de lidar com os desafios sem se abater por eles), aprendizagem ativa, autogestão, colaboração, comunicação e escuta ativa, criatividade, inteligência emocional, pensamento analítico, resolução de problemas e saber lidar com a diversidade.
Os participantes tiveram que responder 30 perguntas que, com o cruzamento de dados, determinaram quão desenvolvidas as habilidades estariam. Desta forma, o estudo concluiu que as habilidades mais desenvolvidas entre os brasileiros são autogestão (67,4%) e pensamento analítico (62,6%).
Pedro Veríssimo, head de produtos da Escola do Caos, acredita que isso está relacionado às incertezas que a população brasileira está acostumada a lidar. “Ao longo de nossa história, fomos provocados a nos adaptar e a considerar sempre um ‘plano B’. Por isso, essa me parece ser uma competência imprescindível à nossa realidade”, analisa.
Já a criatividade (45,8%) e a resolução de problemas (28,1%) precisam ser mais trabalhadas. Anders Bars, sócio da Escola do Caos e idealizador da pesquisa, acredita que “o profissional brasileiro quer decidir rápido, mas nem sempre é assertivo”. Isso porque os profissionais tendem a resgatar antigas soluções na tentativa se decidir rapidamente, o que não significa que a solução encontrada será a mais adequada.
Quando o estudo separa os profissionais por cargo, os indivíduos em posição de liderança apresentaram melhores índices em todas as soft skills avaliadas, indicando que o desenvolvimento dessas habilidades é imprescindível para alcançar níveis mais altos.
Já no recorte por gênero, a pesquisa identificou que as mulheres têm mais habilidade em comunicação e escuta ativa, criatividade, antifragilidade, inteligência emocional e ao lidar com a diversidade. Os homens têm mais facilidade com a autogestão, colaboração, aprendizagem ativa, pensamento analítico e resolução de problemas.
Por fim, o estudo também conclui que o tempo e a experiência são essenciais ao desenvolvimento de soft skills, já que os resultados das pessoas com mais de 40 anos são melhores daqueles com menos idade.