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Podcasts jurídicos: uma ótima estratégia para o seu escritório

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16 de agosto de 2022

Artigo publicado orginalmente no Migalhas

Nem tão fácil quanto parece, nem tão difícil que não possa ser feito, assim são os podcasts jurídicos.

Antes de qualquer debate, independentemente do assunto, precisamos entender o contexto no qual ele se encontra. No caso dos podcasts, devemos começar citando o incrível fato de sermos o terceiro país, no mundo, que mais consome esse produto. Com mais de 30 milhões de ouvintes, de acordo com os dados apurados pela Statista e o IBOPE; o Brasil fica atrás apenas da Suécia e da Irlanda, no número de espectadores.

A pandemia de Covid-19 auxiliou na chegada desse número tão espesso no Brasil. Segundo a pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), de 2020 para cá, houve um aumento de 132% no número de buscas por programas de áudio.

Muito desse avanço, com relação ao número de ouvintes, está atrelado ao fato de a pessoa poder ouvir o seu programa favorito enquanto faz outras atividades. Contudo, o podcast é também uma ferramenta fundamental para a atração e memorização de sua marca. Quem nunca ouviu um som, uma música e assimilou a vinheta de seu programa favorito?

Podcast no universo jurídico

Os escritórios de advocacia brasileiros, sobretudo as firmas de grande porte full service, entenderam a importância dessa ferramenta e tem investido cada vez mais nesse formato, como aponta a pesquisa “Podcasts no mercado jurídico“, realizada pela Agência Javali. Hoje, é difícil encontrar uma banca nesta categoria que não possua um podcast próprio ou participação em podcasts de terceiros.

Seguida pelo Nordeste, a região Sudeste ocupa o primeiro lugar no número de produtores de podcast, de acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Podcasters (Abpod). Essa realidade também é vista nos escritórios, com o estado de São Paulo ocupando quase 70% dessa produção. Importante destacar ainda que agora os escritórios de médio e até pequeno porte começam a adotar os podcasts em suas ações de marketing.

As bancas de advocacia têm se projetado cada vez mais para fazer episódios de entrevistas, mesa redonda e resumos. Os temas variam muito. Além do Direito, os escritórios buscam falar sobre negócios, gestão, tecnologia e diversidade.

Porém, embora os temas jurídicos estejam em constante expansão neste universo sonoro, a falta de periodicidade na publicação de conteúdos pode afetar diretamente o desempenho dos programas. Consequentemente, não atingem os números projetados pelas firmas de advocacia.

Outro fator que influencia negativamente os programas de podcasts é a falta de roteirização e má captação sonora em alguns episódios. Tudo isso pode distanciar o seu público do seu conteúdo.

Ok, mas como fazer o meu podcast?

Ainda que pareça fácil, não se engane. Produzir podcast é extremamente desafiador. Não basta só pegar um microfone e gravar, antes é necessário todo um planejamento, uma missão editorial bem definida.

Abaixo listo alguns elementos que são importantes você considerar antes de iniciar um programa de podcast:

  • Público-alvo: antes mesmo de decidir sobre o que falar, é necessário saber para quem falar. A definição de seu público-alvo é tão importante quanto o conteúdo apresentado nele.
  • Identidade: quando falamos sobre identidade, em podcast no geral, abordamos além do fator sonoro. É necessário se atentar a identidade visual (imagem, cores, layout, divulgação) e a identidade sonora (introdução, vinhetas, transição de áudio e fechamento). Esses recursos podem ser gatilhos para quem os escuta, e ao ver/ouvir algo parecido com o que está em seu programa, fará a pessoa lembrar da marca do seu escritório.
  • Nome: Além da identidade, é indispensável definir o nome do programa. O nome será a sua principal marca para esse produto, e auxiliará na criação da identidade visual, como a logomarca.
  • Formato: o formato está muito atrelado à dinâmica do seu programa. Há diversos modelos sendo usados ao redor do mundo. No Brasil podemos encontrar todos, facilmente. Porém, os mais reproduzidos são: entrevista (quando o apresentador conduz uma ou mais entrevistas ao longo do programa), mesa redonda (o formato que conta com mais de uma pessoa apresentando o programa) e solocast (conta com apenas um apresentador conduzindo entrevistas ou narrando histórias).
  • Frequência: criar rotinas de publicações faz com que o seu público se programe para ouvir o episódio assim que for divulgado. Ter frequência nos lançamentos, também, aproxima seu ouvinte da sua marca, tornando a relação mais íntima.
  • Edição: é importante se atentar aos aspectos técnicos, para que seu podcast soe da melhor maneira possível. A captação de áudio, assim como a edição e tratamento sonoro devem ser respeitados e levados a sério, na criação de qualquer produto sonoro. Lembre-se: se você obter uma captação ruim, não existe boa edição que resolva.
  • Distribuição: no Brasil há algumas ferramentas que auxiliam na distribuição do seu podcast jurídico, contudo, é necessário estar presente nos espaços onde se encontram a maioria dos ouvintes. Nesse caso, as principais opções são o Spotify, iTunes e Deezer como agregadores com maior audiência.
  • Responsável pelo produto: para seguir todos os passos citados anteriormente, é preciso ter um profissional, dentro ou fora do escritório, responsável pela organização de todos os tópicos. Ter alguém com experiência em podcasts fará muita diferença no resultado final.

Por mais que soe desafiador, criar ou gerir uma rotina de podcasts jurídicos pode ser encarada com leveza. O formato, em si, permite “brincarmos” e encontrarmos a melhor maneira para conduzir essa experiência. Sem mencionar a importância que tem à comunicação e marketing de seu escritório.

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