Em 2022, o Brasil se tornou o terceiro país do mundo que mais consome podcasts, ficando atrás apenas da Suécia e Irlanda, respectivamente, segundo dados levantados pela Statista. Com mais de 30 milhões de ouvintes, o país também se consolidou como o 5º maior produtor de conteúdo nesse formato, de acordo com uma pesquisa realizada pela Globo e IBOPE.
A marca histórica conquistada pelo país também reflete o mercado jurídico. Isso porque o formato tem atraído, cada vez mais, a atenção de advogados e escritórios de advocacia, que utilizam o conteúdo em áudio para, além de mostrar expertise jurídica, abordar temas como negócios e inovação, gestão, tecnologia e diversidade e inclusão, segundo o estudo. Podcasts no Mercado Jurídico, realizado pela Agência Javali.
O levantamento revela, ainda, que escritórios de pequeno e médio porte também passaram a adotar podcasts em suas ações de marketing, embora o grande número de produtores esteja concentrado em firmas de grande porte – full service.
Parte considerável da ascensão no número de espectadores e produtores de conteúdo no país se deu em função da pandemia de Covid-19. O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), registrou o aumento de 132% no número de buscas por programas de áudio entre 2020 e 2022.
Com o sucesso do podcast, outro fenômeno do entretenimento surgiu: o videocast, anunciado recentemente pelo Spotify – agregador com mais ouvintes e conteúdos relacionados a podcasts no Brasil.
O que são os videocasts?
Se você já está familiarizado com o termo “podcast”, não sentirá nenhuma estranheza com o “videocast”. Em resumo, como o próprio nome sugere, videocast ou vodcast, como são chamados, são programas de podcasts filmados e transmitidos ao público.
Embora possa não parecer, há diversas diferenças entre podcasts e videocasts, além das imagens. A primeira delas é a postura do host, que deve estar atento ao fato de estar falando diretamente a uma câmera, e então trazer o telespectador para “perto” da conversa, estimulando-o a continuar assistindo.
Outro fato relevante, ainda dentro dessa esfera, é a utilização do espaço e de objetos para “ilustrar” ao público sobre o que está sendo dito. Por exemplo, se você citar um livro específico em sua conversa, e o tiver por perto, vale mostrar aos telespectadores a capa do livro para auxiliar quem tem interesse em adquiri-lo.
Os videocasts, assim como os podcasts, são fundamentais à propagação da marca de um escritório. Portanto, é válido usar esse espaço para reforçar a identidade visual e de áudio da firma. Um cenário estruturado pode auxiliar na memorização da identidade visual de seu programa.
Como criar um videocast para o seu escritório?
Há alguns pilares para manter o seu videocast estruturado. Antes de pensar em como filmar e divulgar o seu programa, é necessário definir a sua missão editorial. Assim como definir o público-alvo, a missão editorial de seu programa auxiliará a solidificar a sua narrativa.
O nome, o cenário, as vinhetas, fazem parte da identidade de seu vodcast. Esses detalhes trarão à sua marca o reforço para que ela possa ser sempre lembrada por seu público.
No Brasil, a maioria dos vodcasts estão atrelados ao formato de entrevistas e mesa redonda/mesacast (quando conta com mais de uma pessoa como host do programa). Tais formatos podem ser interessantes para uma conversa mais dinâmica com os convidados. Contudo, grande parte dos escritórios, com podcasts ativos, selecionam apenas um profissional para conduzir esse diálogo e, ainda assim, alcançam os resultados almejados – quando mantém a sua frequência.
Além da missão editorial e da consistência de publicação, também é importante se atentar à captação de áudio e imagens, que demanda um esforço maior, se comparada a captação exclusiva de áudio. Por isso, é necessária muita atenção no momento de gravar (áudio e vídeo) para facilitar a edição final. Em termos de imagens, é preciso observar a iluminação do local: ela é responsável por uma parte significativa na qualidade do vídeo.
Com relação à publicação do conteúdo, o agregador com mais telespectadores, se tratando de vodcasts, no Brasil, permanece sendo o YouTube. Porém, após dois anos de período experimental, o anúncio do Spotify sobre a liberação de sua ferramenta de podcast em vídeo pode mudar esse cenário. Com mais de 420 milhões de usuários ativos ao redor do mundo, a ferramenta pode impulsionar ainda mais o avanço dos videocasts no Brasil.
Por fim, é fundamental que haja uma ou mais pessoas responsáveis pelo produto, dentro do escritório. O videocast/podcast no contexto do marketing jurídico pode ser um diferencial para a comunicação da banca, logo se faz necessário encontrar um especialista em organizar e apurar os conteúdos, além da organização física do ambiente.