Desde novembro de 2021, a maioria das páginas de empresas no LinkedIn ganhou acesso ao recurso LinkedIn Live, que permite a transmissão de vídeos ao vivo na rede social. Até então, a ferramenta estava em testes e seu o acesso era restrito a poucos perfis e páginas.
Segundo o departamento de marketing do LinkedIn, os vídeos transmitidos ao vivo na rede social recebem, em média, sete vezes mais reações e 24 vezes mais comentários em comparação com os vídeos normais.
Devido ao poder de engajamento do livestreaming, a mudança representa uma grande oportunidade a ser explorada pelos escritórios de advocacia, abrindo várias possibilidades de produção de conteúdo, fortalecimento de marca e de interação com o público.
Para ter resultados efetivos, é importante que as bancas se atentem a uma série de boas práticas que devem ser realizadas para que o escritório, junto aos advogados, tenham um melhor aproveitamento da ferramenta.
LinkedIn Live: primeiros passos
Antes de tudo, se por algum motivo a página do escritório ainda não tem acesso ao LinkedIn Live, basta solicitar permissão para usar a ferramenta por meio deste link. Caso já tenha acesso ao LinkedIn Live, o primeiro passo é escolher qual a plataforma de livestreaming será utilizada para gravar o vídeo, já que o LinkedIn Live não tem um recurso nativo de filmagem, permitindo apenas a sua transmissão.
Existem diversas opções de aplicativos de livestreaming (a lista completa está aqui), mas cinco são parceiros oficiais do LinkedIn: Restream, Socialive, StreamYard, Switcher Studio e Vimeo. A rede social disponibilizou instruções para configurar a integração com cada uma das plataformas recomendadas, que estão disponíveis aqui. Também é possível se conectar diretamente a um software codificador ou de streaming, como o Zoom ou WebEx, seguindo estas instruções.
A escolha da plataforma de livestreaming deve levar em conta a maneira como o LinkedIn Live será utilizado pelo escritório. Algumas plataformas oferecem planos gratuitos com funções básicas, como o Restream e o StreamYard. Outras opções são pagas, mas oferecem a capacidade de gravar vídeos com mais de dois convidados e adicionar legendas e animações gráficas, como o SwitcherStudio.
Para quem não tem experiência com livestreaming, o passo seguinte é testar o LinkedIn Live de maneira discreta, antes de organizar uma live com grande divulgação.
Mesmo para esse teste, é essencial planejar quem serão os responsáveis pela live com antecedência. Idealmente, para a transmissão acontecer com tranquilidade, é necessário que ao menos duas pessoas se dediquem ao conteúdo: uma para apresentar o vídeo e outra para moderar os comentários e cuidar dos aspectos técnicos.
Ao testar as lives, também é necessário assegurar que a conexão de internet utilizada tenha velocidade de upload de ao menos 10 MBPS para que a transmissão aconteça com fluidez. Outro dado importante para se considerar antes de testar o LinkedIn Live é que o recurso só suporta vídeos filmados na horizontal, com proporção de tela 16:19 e resolução de, no máximo, 1080p.
Por fim, após um teste bem-sucedido, resta apenas decidir quem será a audiência da primeira live.
Lembrando que há duas maneiras de transmitir um vídeo ao vivo no LinkedIn: pela página da banca ou por meio de um Evento. As lives realizadas diretamente na página corporativa podem ser acessadas por qualquer usuário. Já as transmissões agendadas por meio da criação de um Evento só podem ser vistas pelos convidados.
Marketing jurídico e boas práticas de livestreaming
Para um escritório de advocacia aproveitar ao máximo o LinkedIn Live, essa ferramenta necessita ser adotada de maneira estratégica.
O primeiro fator para uma boa estratégia de livestreaming é a periodicidade. Na página de um escritório, por exemplo, as lives podem ter o formato de webinars mensais, ou então de conversas semanais sobre as notícias jurídicas mais recentes. Independentemente do formato, o importante é ser consistente. É isso que facilitará a construção de uma audiência cativa para as lives.
O segundo fator, já ressaltado, é o planejamento. Não é só a parte técnica da transmissão que deve ser organizada com antecedência. O conteúdo da live também necessita ser bem estruturado e os apresentadores do vídeo precisam conhecer a fundo os temas que serão discutidos.
A preparação dos advogados que apresentarão o conteúdo é fundamental para demonstrar expertise, mas eles também precisam ser autênticos. Os espectadores de lives esperam uma postura um pouco menos formal de seus apresentadores. E o público também não se interessará por apresentações mecânicas, pouco naturais.
Além disso, mesmo lives bem-organizadas sofrem com problemas técnicos ou imprevistos. Flexibilidade e jogo de cintura são, portanto, qualidades desejáveis para os apresentadores.
O terceiro fator que deve ser considerado em uma estratégia de livestreaming é a interatividade. A possibilidade de interação com o público é o que diferencia as lives dos outros conteúdos audiovisuais. Por isso, nunca transmita um vídeo pré-gravado disfarçado de uma live. Isso irá confundir os usuários e trair a confiança deles.
Devido à importância da interação com o público, é importante reiterar que não é recomendável um apresentador realizar uma live sozinho. Ter mais uma pessoa durante a transmissão é necessário para moderar os comentários, responder as perguntas da audiência e dar assistência ao apresentador.
Para aproveitar o potencial de interatividade, recomenda-se ainda que as lives tenham no mínimo 15 minutos de duração. Transmissões mais curtas que isso correm o risco de acabar antes de atingir o pico máximo de audiência. Ao mesmo tempo, também é importante evitar vídeos demasiadamente longos que podem entediar o público do livestreaming.
O quarto e último fator é a análise dos resultados de cada live. Para cada transmissão, o LinkedIn disponibiliza métricas como taxa de engajamento, pico de telespectadores simultâneos, quantidade de minutos visualizados e dados demográficos do seu público.
Com esses dados, os escritórios de advocacia podem extrair importantes informações para aprimorar suas lives gradualmente.
Você pode se interessar pelo artigo Boas práticas no LinkedIn para advogados e escritórios.
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